domingo, 1 de agosto de 2010

A distância é tão importante quanto a proximidade…

O fato de estar próximo não é estar junto ou com a pessoa que se gosta. Muitas vezes estamos em meio a uma multidão e nos sentimos sozinhos. Solidão é estar sem a (s) pessoa (s) certa (s). Posso estar em meio a milhares de pessoas, mas o sentimento é de estar vazio. Por outro lado as vezes falta espaço. A proximidade acaba refazendo a mesma condição varias vezes e cria um conflito. O tempo e a saudade podem ser remédios, mas não a cura.
Não gosto de ignorar totalmente algo ou alguém. O fingir que nada acontece. Acredito nos sentimentos, até mesmo a raiva é uma resposta a alguma interação. Hoje vejo a necessidade de manter a distancia segura para evitar males maiores.
Apesar de todos esses anos da redação de textos dos mais variados temas me faltam vocábulos para descrever meu sentimento. Recorro então a Carlos Drummond de Andrade:

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.