domingo, 27 de junho de 2010

A arte de escrever

A comunicação escrita é uma opção interessante, embora seja através da fala que tenha obtido melhores conceitos. Na última postagem coloquei uma musica de Caetano Veloso (Meu bem, meu mal) que no quinto verso o compositor diz ser a pessoa referida um ‘signo’. Caetano obviamente se refere ao signo lingüístico que é a associação do conteúdo a uma expressão. Além da ‘palavra’ onde a fala representa um sentido existem outros signos tais como as placas de trânsito, o apito do juiz de futebol e até mesmo um bom beliscão. Outros como fumaça (sinal de fogo), pegadas, enxurrada, nuvens, trovão etc.
A utilização desses signos na construção de um texto é uma tarefa árdua. Por exemplo, ontem fiz um texto completamente referencial, porém no momento de produzi-lo estava com um sentimento ruim. Não acredito que um sentimento do autor possa chegar até o receptor e se isso acontecer, ficou pouco informativo, ganhou outra dimensão.
Os internautas poderão conferir a matéria no www.g37.com.br já os leitores da tradicional Gazeta do Oeste, nas bancas, terça-feira.
Para ilustrar esse difícil artifício de comunicar e ser entendido vou hoje recorrer a Sergio Bittecourt em Naquela Mesa.

Naquela Mesa
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor,
Naquela mesa ele contava estórias
Que hoje na memoria eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente e contava contente
O que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto doi a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele
Tá doendo em mim

(Composição: Sérgio Bittencourt)

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