quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Coluna Luciano Eurides

ATLETAS EM FORMAÇÃO
O Divinópolis Esporte Clube (DEC) e o juvenil do Guarani mostraram no último sábado uma evolução e um retrocesso. Digo evolução quando colocado em campo pelo DEC jogadores jovens que assimilaram bem os propósitos do treinador. O caso do volante George, este surpreendeu pela obediência tática e nova cara que deu ao time. Antecipou as jogadas, modulou o jogo e proporcionou aos jogadores de criação um desempenho diferente. Parece existir algo tipo ‘contaminante’. Quando se iniciou bem, tudo correu bem e as qualidades dos principais jogadores apareceram. Uma resposta positiva dos atletas mais experientes às criticas e cobranças feitas na semana do jogo, inclusive nessa coluna.
Quando falo de retrocesso olho a formação tática ou esquema de jogo do Guarani, que não valoriza o melhor de cada jogador. No Bugre é perceptível a péssima marcação de Dudu, não é por menos, ele gosta é de criar jogadas, concluir em gol e isso faz muito bem. Quando se exige dele uma marcação anterior a linha do meio campo, tira dele a melhor qualidade. Isso também é contaminante, pois o zagueiro Renan, com duas infelicidades nos dois últimos jogos está fora do sistema criado. O time joga com três zagueiros e sobram sempre dois atacantes para ele maçar. O número de acertos dele é infinitivamente maior que de erros, diria sem medo de errar 98% de acertos, 1% de erro coletivo e normal em qualquer atleta e um erro fatal que culminou no gol do adversário. Renan não errou sozinho. A falta sem necessidade criou a jogada, isso se deve ao erro de marcação antes mencionado, onde os homens de criação não marcam com a mesma eficiência, também o goleiro poderia ter interceptado a bola. Aliás, o goleiro Gustavo, é o mais paciente do estádio, ninguém agüenta mais o preparador de goleiros falando 80 minutos sem parar!
O mais importante é entender que todos estão em processo de formação, erros e acertos fazem parte, ou melhor, são o cerne do processo. Avaliar sempre, rever, reaprender e procurar assimilar o máximo é a grande meta. O resultado final somente será obtido se a comissão técnica exigir o máximo desses atletas em formação, pois eles possuem ainda muito espaço para o aprendizado.

PARTE DO JOGO
O futebol é uma arte. Para ela é necessário ter um biofísicossocial interagindo. O esporte necessita de uma predisposição biológica, física e também a socialização dos atletas, em especial nos esportes coletivos.
A concentração, que é mais do que o ato de retirar os atletas do convívio social diário comum (a casa deles) e interná-los em um ambiente contextualizado para o jogo fez e faz a diferença. Mateus, ex-lateral direito e agora meia do Divinópolis Esporte Clube, após a partida comentava com Rodolfo o fato de o time ter jogado bem, e não por acaso o rendimento de Mateus e Rodolfo, a exemplo dos demais, foi acima da média das partidas anteriores.

ÉPOCA PROPÍCIA
De acordo com o biólogo suíço Jean Piaget, autor do Cognitivismo Construtivista, onde a teoria do Interacionismo Piagetiano em um dos estudos publicados afirma que o desenvolvimento mental do ser humano começa quando nascemos e termina na idade adulta.
Piaget distribui em estágios ou períodos de desenvolvimento, são seis e o último se refere a adolescência. O estágio das operações intelectuais abstratas, da formação da personalidade e da inserção afetiva e intelectual na sociedade dos adultos.
Temos, pois, aqui, a questão central que me permite apresentar o conceito de interação que embasa a proposta piagetiana: A época desses jovens é aqui e agora! Não existe momento mais propício para ensinar e cobrar desses jovens talentos do futebol!

EMPURRÃO DA MÍDIA
Na formação dos atletas é importante e até mesmo decisivo o empurrão dos meios de comunicação sociais. Além deles, todo o mundo do futebol está diretamente atrelado a mídia. Veja por exemplo o caso do treinador da Seleção Brasileira de Futebol, Mano Menezes, antes mesmo de se sentar com o presidente da CBF, o técnico já tinha sinalizado que sabia onde estava pisando: deu uma entrevista exclusiva para a Globo imediatamente após anunciar ser o novo reinador do time nacional.
Antes, havia ele recebido ordens de Ricardo Teixeira que não queria mais problemas com a imprensa, especialmente com a Globo, evitando a repetição de conflitos protagonizados por Dunga na Copa da África do Sul.
Em Divinópolis a imprensa esportiva apenas espera receber das diretorias e comissões técnicas, também de alguns jogadores, uma boa receptividade, e muitas vezes nem isso é possível.

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